sábado, 7 de março de 2009

Good Night, and Good Luck

Good Night, and Good Luck é um filme sensacional (repleto de ricos detalhes, provocante e emocionante) a preto e branco realizado por George Clooney. Através do filme o telespectador é capaz de sentir a paixão que pode mover uma profissão. Especialmente se essa profissão pode fazer a diferença. Com Clooney e David Strathairn (actor que admiro também muito no filme We Are Marshall) esta redacção da estação da CBS torna-se simplesmente única e um dos mais importantes lugares do mundo para se estar.

A oportunidade de Clooney apostar nesta recriação histórica, leva a dar mais importância ao jornalismo, ainda para mais na época da guerra fria quando os Estados Unidos perseguiam toda e qualquer pessoa que julgassem ser comunista, seja por causa fundamentada ou não (conhecido como “a caça às bruxas”).

O filme retrata uma equipa de produção See It Now, (no Inverno de 1953 e a Primavera de 1954) onde a personagem Murrow (David Strathairn) tenta convencer o produtor Fred Friendly (George Clooney) a deixá-lo ir atrás do senador McCarthy. Cuidadosamente, escolhem o caso de Milo Radulovich, um veterano da 2ª Guerra Mundial que está a ser expulso da Força Aérea por suspeitas de que o seu pai e irmã possam ser simpatizantes comunistas.

Esta obra fala sobretudo da censura do governo, da cobardia e falta de imparcialidade dos media, do poder da publicidade (como é o caso da tabaqueira que alimenta o vício de 3 maços por dia de Murrow) e de um público supérfluo preocupado pelo entretenimento para digerir informações que o possam chocar. Outra prova disso, é quando sucede num certo momento do filme em que William Paley (Frank Langella) aconselha Murrow a recuar na provocação feita ao senador.

“I simply cannot accept that there are, on every story, two equal and logical sides to an argument.”

David Strathaim (Edward R. Murrow) Por outro lado, e se estivermos bem atentos ao filme apercebemos que Murrow recolhe um poder imenso na voz monocórdica, no lento inalar de um cigarro, um olhar intenso para a câmara tornando-se assim, num símbolo das liberdades constitucionais, reivindicadas contra acções movidas por rumores e insinuações, onde se suspeita de tudo o que possa ser diferente. Para finalizar, é de notar a belíssima voz da cantora Dianne Reeves, que ajuda a articular o intenso ambiente do filme.




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